O Parc de La Villette é um parque localizado em Paris, no 19º arrondissement. Projetado por Bernard Tschumi em 1982, ele é um ícone do desconstrutivismo arquitetônico e abriga, em 25 hectares, o Cité des Sciences et de l'Industrie(Museu de Tecncologia e Ciência) e La Géode(Museu Cidade da Música).
O terreno, no princípio, abrigava um matadouro que, com a sua transferência, fez-se um concurso para eleger o melhor projeto arquitetônico para o local já abandonado. A idéia principal era criar um parque que representasse o século XXI, e Bernard Tschumi foi quem venceu com sua proposta pitoresca.
Na mistura do natural e artificial, o conceito da obra teve por base a Teoria do Desconstrutivismo de Jacques Derrida que surgiu com a “Origem da Geometria” e tem como fundamento a desmontagem/decomposição dos elementos. A desmontagem dos elementos visa o conhecimento já que o arquiteto afirma “a arquitetura não é o conhecimento da forma, mas sim uma forma de conhecimento.”
No parque projetado pelo suíço Tschumi, podemos notar a presença de “pontos” vermelhos; os chamados Follies, os elementos mais importantes do projeto. São 35 obras dispostas pelo parque formando uma malha geométrica, postos em intersecções de cubos imaginários de 10x10m e que servem, a princípio, como pontos de referências aos turistas.
Segundo o Arquiteto, estes pontos de referência foram projetados para criarem um vácuo desconstrutivista que possa abolir toda e qualquer relação do passado do terreno com sua forma atual para que os seus usuários vivenciem, sem precedentes, uma experiência com o parque. Os follies são utilizados para recreação e alguns, atualmente, estão sendo modificados para receberem restaurantes.
Apesar de delicado, é perceptível traços do Niilismo em La Villette de Bernard. O Niilismo tem como base a desvinculação com os conceitos adquiridos para que se chegue a um conhecimento pela indução sem influências externas, e as obras de Bernard têm a essência desse caráter. Como exemplo, podemos relacionar os follies com a indução às descobertas e a desvinculação proposital, mesmo que parcial, com o passado.
Os follies são atrativos que levam as pessoas a fazerem uso de toda a área e, a partir desse artifício, possam entender o parque como um local de descobertas pessoais, atividade e interação dentro dos princípios da organização de Tschumi. Além disso, outra intenção alcançada pelo Arquiteto foi a máxima do movimento. Tendo a arquitetura como resultado da colisão acarretada pela velocidade, o Parc de La Villette exibe bem o conceito de movimento buscando materializar-se nas experiências do parque.
Fontes:
Montaner, Josep Maria. “As formas do século XX”, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2009
Bernard Tschumi, Cinégramme folie: le Parc de la Villette (Princeton Architectural Press, 1987)
Padovano, Bruno Roberto. “Bernard Tschmi”, Out 2001. Diponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/02.008/3344> Acesso em Nov 2011
Kroll, Andrew. “Parc de La Villette/Bernard Tschumi”, Jan 2011. Disponível em <http://www.archdaily.com/92321/ad-classics-parc-de-la-villette-bernard-tschumi/> Acesso em Nov 2011
Um comentário:
Olá!
Achei a ideia do arquiteto Tschumi para o parque muito interessante; e o resultado é instigante. Fica a vontade de ir até lá pra dar uma conferida...
Abç,
Adh
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